A "continuação" do já anunciado fim da Velocidade


Com a divulgação das Regulamentações da FPAK - Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, para 2010 a expressão "princípio do fim" não pode nunca ser aplicada. Principio significa inínio, começo, ponto de partida, agora... e o que se assiste e mais uma vez se confirma com mais um regulamento de um novo ano automobilístico, é aquilo que se vem assistindo há cerca de uma década desde a morte de Alfredo César Torres, e consequentes mudanças de Direcção nunca seguindo os passos desse Senhor do nosso automobilismo. Desde o desaparecimento de César Torres ja lá vão 12 anos que o automobilismo nacional no geral tem vindo a desmoronar-se, e na velocidade vem mesmo em queda livre com cada vez menos interesse desportivo!

Senão vejamos!
Até 1993 antes da criação do Circuito Vasco Sameiro, os pilotos, distribuídos sempre pelos Turismos, F.Ford, Troféus monomarca (Citroën, Renault, VW, Toyota consagrados e iniciados, e BMW) estes os mais frequentes, visitavam o Autódromo do Estoril cerca de 4-5 vezes ao ano à falta de mais circuitos permanentes. Isto para um campeonato já era 5 corridas, mas ainda havia 2 visitas a Vila do Conde e Vila Real (que acabou em 91)! Nove!.. Mais as rampas (Falperra, Caramulo, Arrábida, Régua, e Murça) Isto só para mencionar algumas! Feitas as contas no total perfaz 14-15 provas! É certo que nem todas as idas às provas eram em simultâneo, mas um campeonato teria sempre cerca de 11-12 provas!! ...Sem contar com as listas de pilotos quase a atingir as 2 centenas!!
Em 93 surge o autódromo de Braga e durante muitos anos o figurino foi o mesmo!
Em 97, curiosamente quando César Torres nos deixa, perdemos a F1 até hoje.
Entretanto e já com nova Direcção da FPAK desaparece Vila do Conde (por motivos autárquicos) em 2003, e surge também o Campeonato de Montanha, que, estando nós num país pequeno, mais não fez senão dividir os já então poucos pilotos. No que toca ainda a este campeonato é relevante ainda dizer que mais não é que um desfile de uma dúzia de bólides equipados com motores de superbikes, senhores de dinheiro com máquinas superiores sem dotes de condução evidentes, e mais uma dúzia de carros ex-troféus e ex-rallys. Enfim uma desgraça que espelha bem o país em que vivemos!
Na mesma altura turismos e troféus foram desvanecendo sempre com algumas experiências fracassadas pelo meio. O último troféu de relevo data de 2004 quando os "clios" terminaram depois de todos os seus outros companheiros de fins-de-semana o terem feito antes. Neste momento o que resta de turismos, é um PTCC (que com a simples mudança de CNV para PTCC tornou-se mais apetecível) com pernas para andar e bem, e os troféus são de viaturas que quando os mesmos terminarem irão de certo para abate ou para desfazer lá prós lados de Guilhabreu ou Lousada!!!
No campo oposto surgem os clássicos de velocidade que desde a sua criação em 1996 que tem vindo sempre a crescer. Será porque na altura em que aquelas máquinas corriam é que se corria de verdade? A resposta é sim! Corria-se de verdade.. em Portugal.. Pois fora do nosso país assim continua a ser!
Mas até neste campo a FPAK parece não estar a gostar do desenrolar da modalidade ao ponto de banir viaturas célebres e marcantes do nosso automobilismo.. Só espero é que não comecem daqui a 3-5 anos a banir os BMWs 635s, Rovers Vitesses, Volvos 240s, Fords Sierras, que aí sim é que este mesmo campeonato vai valer a pena! Nesta altura volta-se aos grandes anos de corridas no nosso país! Estamos por isso num círculo vicioso, ou como normalmente se diz, um "ciclo vicioso", estando já a espera do que será este campeonato daqui a 25 anos! Mas isso é só outro ponto!
Voltando à cronologia, em 2005 a Boavista reaparece 50 anos depois, Vila Real em 2007 com um re-estruturado circuito, e vai fazer um ano que o AIA (Autódromo Internacional do Algarve) surge em força, monopolizando tudo que de importante se corre no nosso país, e o Estoril passa a pertencer a uma sociedade espanhola.
Posto isto, actualmente contamos com 5 pistas para deslocação possível.

O que se passa é que a FPAK dará aos pilotos em 2010 a possibilidade destes se defrontarem por apenas 6 vezes!! SEIS!!! Isso mesmo! Seis provas para os campeonaos de velocidade! Nem na Rússia isto sucede!
Isto acontece numa altura em que Clássicos e PTCC estão numa fase de avançado desenvolvimento, em que finalmente se vêem máquinas de nível europeu, e não aquelas transactas experiências condenadas ao fracasso, e um número de pilotos considerável atendendo ao número de opções, e que por conseguinte poderia levar a uma eventual marca com tradições "trofeísticas" (vamos supor que esta palavra existe) a criar um troféu, trazendo atrás de si outras saídas do caixão.. Vai sonhando Bruno!!!

Ora se isto não é cortar as pernas à modalidade, é pelo menos dizer "Pah, vão lá correr pra Espanha que nós não gostamos nada de corridas"!

Um dia destes estas mesmas pistas servirão apenas para "track-days"...

Como notas de destaque do regulamento surgem as seguintes:

1) Campeonato de Portugal de Ralis 2010

2) Campeonato de Portugal de Ralis 2L/2RM

8) Campeonato Open de Ralis 2010

dividir os poucos pilotos é a minha análise

3) Campeonato de Portugal de Todo o Terreno 2010

Terá em princípio um máximo de até oito provas, sendo contudo considerados para a classificação final do CPTT 2010, apenas os 6 (seis melhores) resultados obtidos.

aquele que já foi o melhor campeonato do mundo, melhor mesmo que o campeonato mundial.....

5) Campeonatos de Portugal de Circuitos, Clássicos (Circuitos) e de Resistência

Cada um destes Campeonatos terá 6 (seis) provas e as viaturas admitidas a participar serão exactamente as mesmas que estão definidas para 2009.

Tal como em 2009, será disputada uma Taça de Portugal de Circuitos, que será igualmente extensiva aos Clássicos (Circuitos) e à Resistência, a disputar em duas provas diferentes e com datas consecutivas, sendo considerados válidos para todas as Categorias, apenas os 3 (três) melhores resultados obtidos nas quatro corridas que integrarão as TPC.

Mantendo-se o mesmo principio de 2009, em que os dois melhores resultados das quatro corridas das TPC serão adicionáveis às classificações dos respectivos Campeonatos (apenas no CPC) ou no caso dos Clássicos (Circuitos) e da Resistência, substituindo os dois piores resultados obtidos nas provas do respectivo Campeonato.

Quer nos Campeonatos, quer na Taça de Portugal, todos os programas de provas englobarão obrigatória e conjuntamente o CPC/PTCC, o CPCC 1300 e o CPCC, bem com o CPRES.

O Autosport escrevia e bem estas páginas

Isto dava jeito é que estivesse alguém que goste de carros na Direcção desta entidade! Até o Sócrates faria melhor!!!

1 comentários:

Unknown disse...

Não compreendo como é que a FPAK não ouvi pilotos, ex-pilotos nem lê crónicas nem jornais. vivem no seu mundo e vão matando o autmobilismo em Portugal...mais depressa do que se calhar eles próprios previam!

Espero que apareçam candidatos noas próximas eleições!

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